top of page

TDAH: Descubra os sinais que podem estar escondendo o Déficit de Atenção com Hiperatividade

"Esqueci de novo!" - A história de Laura, a mestre em listas perdidas


Laura era uma daquelas pessoas que sempre pareciam estar lutando contra o relógio. Ela tinha uma energia vibrante, ideias geniais e o dom de encantar qualquer pessoa. Mas, no fundo, havia um caos que só ela sabia. Seus dias começavam com promessas: "Hoje vou ser mais organizada!", "Amanhã vou sair mais cedo" Ela fazia listas, planejava horários e jurava que seria produtiva. Mas, no fim do dia, as listas estavam perdidas, as tarefas ficaram pela metade e a sensação de frustração voltava a bater na porta.


"O que há de errado comigo?", Laura pensava. Era como se sua mente estivesse constantemente em uma corrida de Fórmula 1, enquanto suas mãos insistiam em mudar de pista a cada curva. Até que, um dia, após um longo papo com uma amiga, ela ouviu a pergunta que mudaria tudo: "Você já pensou que pode ter TDAH?"


E você, leitor? Será que, como Laura, também está perdido entre listas intermináveis e uma mente que nunca para? Vamos juntos entender o que é o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e como ele pode estar presente na sua vida ou na de alguém próximo.


Imagem gráfica em azul representando a mente da pessoa com TDAH
Os três pilares do TDAH

Identificando o TDAH


O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) é um dos transtornos neurodesenvolvimentais mais estudados e, ao mesmo tempo, mais incompreendidos. Ele é como aquele colega barulhento que está sempre presente, mas que nem sempre é notado da forma certa.


Para identificar o TDAH, é importante observar três características principais:


  1. Desatenção: A pessoa tem dificuldade em manter o foco em atividades ou conversas. Esquecer compromissos, perder objetos ou "viajar" no meio de uma explicação é algo recorrente.


  2. Hiperatividade: Parece que há uma bateria interna que nunca descarrega. É aquele impulso de estar em constante movimento, mesmo quando seria mais apropriado ficar parado.


  3. Impulsividade: Ações sem pensar nas consequências, como interromper conversas, tomar decisões precipitadas ou responder perguntas antes que elas sejam concluídas.


É importante lembrar que o TDAH não é uma "fase" ou "falta de disciplina". Ele se manifesta desde a infância, mas, em muitos casos, seus sinais só são claramente reconhecidos na adolescência ou até na vida adulta. Isso porque a estrutura social e as cobranças aumentam com o tempo, tornando mais difícil para a pessoa mascarar os sintomas.


Quadro clínico: Muito além do "não consigo focar"


O TDAH é muito mais do que dificuldade de atenção. Ele pode impactar várias áreas da vida de uma pessoa:


  • Vida acadêmica e profissional: É comum que pessoas com TDAH tenham dificuldade em cumprir prazos, manter a organização ou completar tarefas. Elas podem ser incrivelmente criativas, mas o caos interno muitas vezes as impede de brilhar.


  • Relacionamentos interpessoais: Interrupções constantes, esquecimentos e comportamentos impulsivos podem gerar atritos com amigos, parceiros e colegas de trabalho.


  • Autoestima: Lidar com críticas, fracassos e a sensação de ser "diferente" pode levar a uma visão distorcida de si mesmo. Muitas pessoas com TDAH desenvolvem sentimentos de inadequação e acreditam que nunca serão "boas o suficiente".


  • Regulação emocional: Quem tem TDAH pode sentir emoções de forma muito intensa e ter dificuldade em geri-las. Pequenos problemas podem ser encarados como catástrofes, e momentos de frustração podem desencadear explosões emocionais.


Tratamento: Existe luz no fim do túnel!


Se você se identificou com os sinais ou conhece alguém que possa estar enfrentando esses desafios, aqui vai uma boa notícia: o TDAH tem tratamento!


  1. Psicoeducação: O primeiro passo é entender o transtorno. Saber que você não está sozinho e que existe uma explicação para o que sente já é um alívio enorme.


  2. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A TCC ajuda a pessoa a desenvolver habilidades práticas para gerenciar seus sintomas. Técnicas de organização, manejo emocional e mudança de padrões de pensamento são trabalhadas ao longo do processo.


  3. Medicação: Em muitos casos, medicamentos estimulantes (como metilfenidato) ou não estimulantes podem ser indicados para ajudar na regulação da atenção e do comportamento. É essencial que a medicação seja prescrita e acompanhada por um médico especializado.


  4. Estilo de vida: Sono regular, alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e momentos de pausa são aliados fundamentais para quem convive com o TDAH.


  5. Rede de apoio: Família, amigos e colegas de trabalho podem desempenhar um papel importante. Quanto mais as pessoas ao redor compreendem o transtorno, mais fácil será para a pessoa com TDAH lidar com os desafios diários.


Por que é importante falar sobre TDAH?


Muitas vezes, o TDAH é encarado como uma desculpa para falta de organização ou desinteresse, mas ele vai muito além disso. É um transtorno que pode limitar o potencial incrível de pessoas criativas, talentosas e inteligentes. Quando reconhecido e tratado, o TDAH deixa de ser uma barreira e se transforma em um trampolim para o sucesso.


Assim como Laura (ou João, Maria, Pedro…), muitas pessoas ainda estão vivendo no caos interno sem saber que existem ferramentas para ajudá-las. Por isso, se você desconfia que pode ter TDAH, procure ajuda. Não é fraqueza, é coragem! Afinal, reconhecer nossas dificuldades é o primeiro passo para vencê-las.

 

Você não é suas listas perdidas ou seus esquecimentos. Você é muito mais do que isso. E, com o suporte certo, pode transformar o caos em criatividade e a confusão em conquistas. Permita-se descobrir o melhor de si mesmo — e, se for o caso, aceite que ajuda profissional é um dos maiores presentes que você pode dar a si mesmo.

Comments


Destaque

 Posts Recentes

Aquivo

Follow Us

  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page